sexta-feira, 10 de junho de 2011

Relacionamento


Para que uma relação duradoura e construtiva exista, não deve haver dominação em nenhuma das partes. O domínio vem quando há incompreensão interior, refletida na forma de ciumes ou insegurança.
Quando um homem ou mulher falam de direitos e deveres no relacionamento, esses tomam o lugar do amor, porque tais coisas deveriam automaticamente surgir em cada um espontaneamente, nunca como alguma regra imposta a outro. Cada um saberá seu lugar na relação , onde uma ou outra caracteristica existirá de um modo natural, nunca na forma de cobranças.
Ora, em uma relação verdadeira, completa, real entre o homem e a mulher, há uma tremenda comunhão, onde implica grande significação. Nesse "estado" não existe isolamento , mas sim amor, e nunca direitos e deveres , muito menos ciumes e dominação.
Um homem ou mulher que amam, não falam sobre responsabilidades, direitos, deveres ou obrigações, porque em uma tremenda relação existe o verdadeiro amor, onde partilham cada um seu respectivo "mundo interior", além das alegrias, tristezas, e também o dinheiro.
O homem ou a mulher que amam não são ciumentos, porque na verdadeira comunhão não existe a dominação, confundida muitas vezes com uma relação onde impera o ciumes, como forma da falta de segurança quanto a outra pessoa.
Na comunhão total não se exige segurança, porque faz-se parte da outra pessoa, e nunca uma oposição na forma de domínio, da possessividade.
Nesse amor, que é incondicional, indentidades se fundem e se fundem mundos de cada ser. Mas para isso ocorrer, deve-se cada um conhecer-se a sí mesmo (autoconhecimento) , que é um processo profundo onde a mente paraliza-se e recebe as reais impressões na forma de compreensão profunda , onde defeitos são apresentados e transformados nas virtudes da boa relação - e nessa virtude surge o amor.
É esse conhecimento de sí mesmo (autoconhecimento) onde está o verdadeiro amar. É nesse processo de estar apto á comungar com o outro, que duas identidades separadas se fundem. Muito diferentemente da paixão, onde não há real interesse na comunhão, mas sim na simples satisfação de desejos, muitas vezes impulsionados por fugas.
Quando existe amor, não existe o problema do sexo como simples meio de satisfação e fuga, e para que isso seja percebido sem as dores e tristezas que a inconsciencia promove nas relações rapidas ou fúteis, é necessária uma tremenda busca junto a sí mesmo em seu interior, submetendo mente e coração , onde resultará em uma transformação.
O amor é casto ,puro, incorruptível, e quando existe amor, não existe o problema do sexo, mas sim o sexo tem uma significação completamente diferente.
Infelizmente poucos são os que realmente amam, onde as relações de matrimonio ou convivencia são inquebráveis, pois não representam nem hábito nem conveniencia, nem estão baseadas em necessidade puramente biológica, muito menos sexual. Não há isolamento entre casais, onde cada um não construiu um enorme muro de isolamento e auto-proteção ao outro.
Enquanto houver a incompreensão do que é o amor, a maioria dos homens e mulheres buscam preenchimento ou no trabalho ou em qualquer outra atividade, idéias ou em filhos ou familia, porque tais coisas assumem tremenda significação (uma fuga) muito superior ao que geralmente é.

O amor surge quando o "Eu" está ausente .

(Reflexões sobre textos de Krishnamurti)
(por favor, peço a leitura das postagens anteriores)

Nenhum comentário:

Postar um comentário