quinta-feira, 16 de maio de 2013

o Veneno


"Estado, chamo eu, o lugar onde todos, bons ou malvados, são bebedores de veneno; Estado, o lugar onde todos, bons ou malvados, se perdem a si mesmos; Estado, o lugar onde o lento suicídio de todos chama-se – “vida”!
Olhai esses supérfluos! Roubam para si as obras dos inventores e os tesouros dos sábios; “culturas” chamam a seus furtos – e tudo se torna, neles, em doença e adversidade!
Olhai esses supérfluos! Estão sempre enfermos, vomitam fel e lhe chamam “jornal”. Devoram-se uns aos outros e não podem, sequer digerir-se.
Olhai esses supérfluos! Adquirem riquezas e, com elas, tornam-se mais pobres. Querem o poder e, para começar, a alavanca do poder, muito dinheiro – esses indigentes!
Olhai como sobem trepando, esses ágeis macacos! Sobem trepando uns por cima dos outros e atirando-se mutuamente, assim no lodo e no abismo.
Ao trono, querem todos, subir: é essa a sua loucura. Como se no trono estivesse sentada a felicidade! Muitas vezes, é o lodo que está no trono e, muitas vezes, também o trono no lodo.
Dementes, são todos eles, para mim, e macacos sobre excitados. Mau cheiro exala o seu ídolo, o monstro frio; mau cheiro exalam todos eles, esses servidores de ídolos!
Porventura, meus irmãos, quereis sufocar nas exalações de seus focinhos e de suas cobiças? Quebrai, de preferência, os vidros das janelas e pulai para o ar livre!
Fugi do mau cheiro! Fugi da idolatria dos supérfluos!
Fugi do mau cheiro! Fugi da fumaça desses sacrifícios humanos!
Também agora, ainda a terra está livre para as grandes almas. Vazios estão ainda para a solidão a um ou a dois, muitos sítios, em torno dos quais bafeja o cheiro de mares calmos.
Ainda está livre, para as grandes almas, uma vida livre. Na verdade, quem pouco possui, tanto menos pode tornar-se possuído. Louvado seja a pequena pobreza!
Onde cessa o Estado, somente ali começa o homem que não é supérfluo – ali começa o canto do necessário, essa melodia única e insubstituível.
Onde o Estado cessa – olhai para ali, meus irmãos! Não vedes o arco-íris e as pontes do super-homem? "


- Friedrich Nietzsche - Do novo Idolo ( Assim Falava Zaratustra )


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Floresta


"Na floresta não existe ignorante ou sábio .Quando os ramos se agitam, a ninguém reverenciam. O saber humano é ilusório como a cerração dos campos que se esvai quando o sol se levanta no horizonte .Dá-me a flauta e canta!
O canto é o melhor saber, e o lamento da flauta sobrevive ao cintilar das estrelas"
"O conhecimento de si mesmo é a mãe de todo conhecimento. Portanto estou incumbido de conhecer a mim mesmo, me conhecer completamente, conhecer minhas minúcias, minhas características, minhas sutilezas, e cada átomo meu."

(Khalil Gibran)


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Capitalismo e a Morte


"Em função do excesso de disponibilidade tecnológica e pela necessidade de lucro e voracidade competitiva da indústria médica da atual sociedade de consumo, o processo de morte passou a ser um grande negócio. Por isso, quanto mais recursos econômicos o doente terminal tiver, mais dias de sofrimento ele e seu entorno relacional terá até que seja expedida sua licença de morrer. Esse procedimento é chamado de distanásia - a morte sem dignidade, com excesso de abusos e interferências.
A experiência da morte, que deveria ser compreendida e encarada como fato inexorável e natural, um evento de transformação individual e social igual e proporcional ao nascimento, acabou virando comércio rentável na mão dos inescrupulosos cientistas que se preocupam apenas com bíos, a manutenção da vida biológica, sem reconhecerem que existe zoé, a vida espiritual e psíquica que aspira continuar seu caminho evolutivo. Zoé, da tradição mítica greco-romana, é subjacente a todo expressão de bíos, que é destrutível e finita.
Negar ou temer a morte é equivalente a negar ou temer a vida, pois a vida em sua plenitude depende da contínua experiência de morte, com todo seu amargor e doçura paradoxal, intrigante, prazeroso, indefinível e fugaz como o orgasmo. Por isso, psicossomaticamente, compreendemos que os sintomas de adoecimento são os gritos de zoé tentando chamar a atenção do bíos, ou seja, a dinâmica psíquica ou anímica exigindo que a instância somática e mental se comprometa e passe a servir a vida do que não morre, como Jesus, Dioniso e outras expressões divinas que são indestrutíveis e mantinham o contínuo vínculo dialético com a morte.
Para revertermos esse padrão de negar zoé precisamos sair da inércia mental. Porque nosso ego consciência, na maioria das vezes, está condicionado e soldado na bíos, sofrendo as dores do corpo e temendo a finitude somática, por saber que também será a sua. Aliado a isso temos a ciência e a tecnologia que contribuem ainda mais para a ilusão do poder sobre a morte de bíos, gerando lucros crescentes, alimentando a contínua roda do capitalismo que não pode parar. Mas só sairá da inércia quem encontrar fé em zoé, reconhecendo o sagrado em si mesmo, para depois reconhecer no outro.
Enquanto isso, a indústria desta medicina da sociedade de consumo continuará arbitrando sobre a morte, num crescente faturamento e, se dependermos dela, isso nunca terá fim, pois conscientemente, neste paradigma de poder, lucro e acúmulo, ninguém é capaz de tomar uma atitude que implica em menos faturamento e lucro no futuro. Por isso não existe investimento na salutogenese, na homeopatia, no conhecimento e prática da psicossomática, ente outras abordagens que vê o homem de forma integral e não como um negócio biológico que não pode morrer natural e livremente, pois a ortanásia - a morte natural e serena - não dá lucro."

( texto de Waldemar Magaldi Filho, psicólogo )

- Somente quem sabe morrer todos os dias , vive com tremenda paixão !  Aquele que ama viver teme a morte, e eis aí um profundo ( ilusório ) apego.

domingo, 5 de maio de 2013

Atores e atrizes

"Como é estranho o desejo de se exibir ou de ser alguem! Invejar é odiar, e a vaidade corrompe. Como é dificil a simplicidade e a autenticidade! A autenticidade é, em si, uma tarefa das mais árduas, ao passo que o desejo de se tornar alguem oferece pouca dificuldade. É muito fácil fingir ou representar, mas é extremamente complexo sermos aquilo que somos;e isto, porque estamos sempre mudando; nunca somos os mesmos e cada instante revela uma nova faceta, uma nova dimensão e profundidade. Não podemos ser todas essas coisas ao mesmo tempo, pois cada instante traz consigo algo novo. Portanto, se formos inteligentes, abriremos mão da pretensão de sermos alguém ou alguma coisa."

 - Krishnamurti

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Libertando-se da infelicidade

Você não está satisfeito com as atividades que desempenha? Talvez não goste de seu trabalho ou tenha se aborrecido por ter concordado em fazer alguma coisa, embora parte de você não goste e ofereça resistência. Tem algum ressentimento oculto em relação a alguém próximo a você? Percebe que a energia que você desprende por conta disso tem efeitos tão prejudiciais que você está contaminando a si mesmo e aos que estão ao seu redor? Dê uma boa olhada dentro de você. Existe algum leve traço de ressentimento ou má vontade? Se existe, observe-o, tanto no nível mental quanto no emocional. Que tipos de pensamento a sua mente está criando em torno dessa situação? Depois, observe a sua emoção, que é a reação do corpo a esses pensamentos. Sinta a emoção. Ela lhe parece agradável ou não? É uma energia que você escolheria para ter dentro de você? Você tem escolha?
Talvez a atividade seja tediosa, ou alguém próximo a você seja desonesto, irritante ou inconsciente, mas tudo isso é irrelevante. Não faz a menor diferença se os seus pensamentos e emoções a respeito da situação tenham ou não uma justificativa. O fato é que você está resistindo ao que é. Está transformando o momento atual num inimigo. Está criando infelicidade, um conflito entre o interior e o exterior. A sua infelicidade está poluindo não só o seu próprio ser interior e daqueles à sua volta, como também a psique coletiva humana, da qual você é uma parte inseparável. A poluição do planeta é apenas um reflexo externo de uma poluição interior psíquica gerada por milhões de indivíduos inconscientes, sem a menor responsabilidade pelos espaços que trazem dentro de si.
Você pode parar de executar a tarefa que está lhe causando insatisfação, falar com a pessoa envolvida e expressar todos os seus sentimentos, ou livrar-se da negatividade que a sua mente criou em volta da situação e que não serve a nenhum propósito, exceto o de fortalecer um falso sentido do eu interior. É importante reconhecer essa inutilidade. A negatividade nunca é o melhor caminho para lidar com qualquer situação. Na verdade, na maior parte dos casos, ela nos paralisa, bloqueando qualquer mudança verdadeira. Qualquer coisa feita com uma energia negativa será contaminada por ela e dará origem a mais sofrimento. Além disso, qualquer estado interior negativo é contagioso, pois a infelicidade se espalha mais rapidamente do que uma doença física. Pela lei da ressonância, ela detona e alimenta a negatividade latente nos outros, a menos que sejam imunes, quer dizer, altamente conscientes.
Você está poluindo o mundo ou limpando a sujeira? Você é responsável pelo seu espaço interior, da mesma forma que é responsável pelo planeta. Assim no interior, assim no exterior: se os seres humanos limparem a poluição interior, deixarão então de criar a poluição externa.

- Eckhart Tolle


* Evidente que por trás do erro em não proceder dessa forma comentada no texto, a pessoa se auto-sabota . Consequencias são inumeras, e geralmente  o medo  promove a tristeza e fugas , pior ainda em um final  de vida triste, principalmente em forma de doenças psicossomaticas ou consequentes do modo errado  de agir. 
Ou voce muda tudo e deixa ir ou saia da vida de quem ou do que não vibre mais nessa frequencia de maior conscientização,ou voce está se condenando pela consequencia de  sua unica e exclusiva escolha .

Inconsciencia crônica

" Você está defendendo o seu direito de ser inconsciente, o seu desejo de sofrer ? 
Não se preocupe, pois ninguém vai lhe tirar esse direito.
 Ao perceber que um determinado tipo de alimento lhe faz mal, você continuaria a comer aquele alimento e insistiria em afirmar que não se importa em passar mal ? " 

- Eckhart Tolle