segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Raiz da insanidade

"A maior parte da violência que os seres humanos infligiram a si mesmos não foi obra de criminosos nem de indivíduos mentalmente perturbados, mas de cidadãos normais, respeitáveis, a serviço do ego coletivo. Alguém poderia até dizer que, neste planeta, "Normal" equivale a louco. O que se encontra na raiz da insanidade? A completa identificação com o pensamento e a emoção, isto é, o ego.
Sempre que confundimos o ego que detectamos em alguém com sua identidade, isso é obra de nosso próprio ego, que usa essa interpretação errônea para se fortalecer mostrando que está certo e que, portanto, é superior. Ele também faz isso reagindo com condenação, indignação e, geralmente, raiva em relação ao inimigo percebido. Tudo isso lhe proporciona imensa satisfação. Fortalece a sensação de separação entre nós e o outro, cuja "alteridade", isto é, a natureza ou condição que é outro, do que é distinto, aumenta a tal ponto que já não conseguimos sentir sua humanidade nem suas raízes na Vida Única que compartilhamos com cada ser humano, a divindade que temos em comum.
Em outras palavras, só vemos aquilo que queremos ver e, assim, interpretamos tudo errado.
Reconheça o ego pelo que ele é: um distúrbio coletivo, a insanidade da mente humana. Quando o identificamos pelo que ele é, deixamos de interpretá-lo erroneamente como a identidade de uma pessoa. E temos mais facilidade em não adotar uma atitude reativa em relação a ele. Já não o tomamos como algo pessoal. Não existe queixa, culpa, acusação nem ação equivocada. Ninguém está errado. É apenas o ego em alguém, só isso. A compaixão surge quando compreendemos que todas as pessoas sofrem do mesmo distúrbio mental, algumas delas de forma mais aguda do que outras. Assim, paramos de nutrir o conflito que faz parte de todos os relacionamentos egóicos. E o que o alimenta? A atitude reativa: com ela, o ego prospera.
Tudo o que devemos saber e observar em nós mesmos é isto: sempre que nos sentirmos superiores ou inferiores a alguém, isso é o ego em ação. "

- Eckhart Tolle

sábado, 3 de agosto de 2013

Morte em vida

" Os que não morrerem em vida serão aniquilados quando morrerem". 
Esta máxima de Jacob Boehme, proponho: Os que não morrerem para as prisões-ilusões desta vida e não Nascerem Espiritual e Iniciaticamente para a Vida Eterna serão reciclados após a morte. O fato é que, ou nos transmutamos voluntariamente e conscientemente ou, depois da morte, passaremos por um tipo de reciclagem cósmica, na qual o que puder ser reutilizado será posteriormente reintroduzido no ciclo eterno e ilimitado de movimento permanente e de transformação assintótica. De qualquer forma, nada é perdido ou criado no incriado Universo. O Universo é auto-sustentado por duas Leis básicas: movimento e transformação. E esse movimento e essa transformação, interior no caso homem, deverá se dar como explica Boehme no seu Mysterium Magnum, escrito um ano antes de sua Grande Iniciação: O único e verdadeiro caminho através do qual Deus pode ser percebido em Sua Palavra, Essência e Vontade é quando o homem alcança um estado de unidade consigo mesmo, e quando – não só em sua imaginação, mas em sua vontade – possa deixar tudo o que é eu pessoal ou o que pertença ao eu: dinheiro e bens, pai e mãe, irmão e irmã, esposa e filhos, corpo e vida, ou seja, quando o seu próprio eu se transforma em um nada. Ele deve entregar tudo e se tornar mais pobre do que um pássaro no ar que possui um ninho. O homem não deve sequer ter um ninho para o seu coração neste mundo. Não que se deva fugir de casa, abandonar esposa, filhos ou parentes, cometer suicídio ou jogar fora as propriedades a fim de não estar corporalmente presente. Deve-se, sim, matar e anular a vontade própria, aquela que clama por todas essas coisas como sua possessão. O homem deve entregar tudo isso ao seu Criador e dizer com todo consentimento de seu Coração: ‘Senhor, tudo é Teu’! Sou indigno de governar tudo isso, mas como Tu me colocaste aqui, devo cumprir meu dever entregando minha vontade a Ti, de forma total e completa. Age através de mim da forma que quiseres, a fim de que a Tua Vontade seja feita em todas as coisas e em tudo que eu seja chamado a fazer para o benefício de meus irmãos, a quem sirvo segundo o Teu mandamento.' Aquele que penetra neste estado de resignação suprema entra em união divina com o Cristo, a fim de ver ao Próprio Deus. Ele fala com Deus e Deus fala com ele; ele sabe qual é a Palavra [Verbum Dimissum et Inenarrabili]. Enfim, como escreveu Helena Petrovna Blavatsky em sua Doutrina Secreta, a Luz Astral é a Alma Universal, a Matriz do Universo, o 'Mysterium Magnum' do qual nasce tudo o que existe, seja por separação, seja por diferenciação.


Fonte: Rodolfo Domenico Pizzinga



( Postagem  acima de Luciana Magalhães )

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

7 vezes



"Sete vezes desprezei minha alma: Quando a vi se disfarçar com a humildade para alcançar a grandeza; quando a vi coxear na presença dos coxos; quando lhe deram a escolher entre o fácil e o difícil, e escolheu o fácil; quando cometeu um mal e consolou­-se com a idéia de que outros cometem o mal também; quando aceitou
a humilhação por covardia e atribuiu sua paciência à fortaleza; quando desprezou a fealdade de uma face que não era, na realidade, senão uma de suas próprias máscaras; e quando considerou uma virtude elogiar e glorificar"

( Kahlil Gibran )