É comum ouvirmos a afirmação de que o ser humano possui livre arbítrio. Isto significa que ele pode decidir de forma livre e fazer a escolha que julgar melhor para si mesmo.
Mas será que é mesmo assim?
O termo arbítrio, é derivado de arbitrar, que significa decidir com a própria consciência.
Ora, quando em nossa vida surge um evento em que devemos optar entre duas ou mais opções, é quando deveríamos utilizar esta suposta capacidade que temos, que se convencionou chamar de "Livre Arbítrio".
Qualquer evento no Universo pode ser dividido em dois tipos:
- Eventos aleatórios: São aqueles eventos que não podemos prever e que seguem apenas as chamadas leis de probabilidade.
Por exemplo: jogar uma moeda.
- Eventos regidos por leis: São aqueles eventos que ocorrem apenas devido a uma série de fatores que o desencadeiam, seguindo regras, que são previsíveis.
Por exemplo a evaporação da água destilada a 100ºC ao nível do mar, é um evento que acontece regido por regras nítidas e que não ocorrerá jamais em temperatura abaixo ou acima de 100ºC.
Dentre estes eventos existem alguns que mesmo que saibamos que sejam regidos por leis, não podemos fazer uma previsão com grande margem de acerto, como as modificações do clima. Mas apesar disto estes eventos também são regidos por regras e não são aleatórios.
Ora a qual tipo de evento pertence as decisões que tomamos quando dizemos que estamos usando o livre arbítrio?
Certamente nos eventos do primeiro tipo (eventos aleatórios), não poderemos colocar as decisões do livre arbítrio. Pois isto equivaleria a afirmarmos que nossas decisões são tão imprevisíveis quanto a face que cairá para cima quando jogamos uma moeda. Isto significa que se colocassemos 1000 pessoas numa situação em que eles deveriam decidir se apertam ou não o gatilho de um revólver que esta apontado para a cabeça do melhor amigo deles, teríamos um total médio de 500 tiros e quinhentas pessoas mortas. Sabemos que na prática isto não ocorreria, portanto as decisões do livre arbítrio não são decisões aleatórias.
Por exclusão, então resta o segundo tipo de evento: As decisões tomadas por livre arbítrio são eventos regidos por leis.
Sabemos que para decidirmos, usamos nossa consciência, ou seja, nossos valores, pensamentos e conhecimentos adquiridos; nossas reflexões e memórias. Todas estas capacidades porém, são produto do condicionamento que tivemos no passado, de nossas experiências e aprendizado. Assim para decidirmos sobre algo, usamos determinadas capacidades que estão totalmente vinculadas ao passado.
Portanto nossa decisão não é na verdade livre; mas é o resultado de uma avaliação baseada em dados que temos acumulados na memória. Assim a decisão não é livre, mas sim, dependente do nosso condicionamento anterior.
Estes condicionamentos são as regras que determinam nossas decisões, o fato de não podermos prever com grande margem de acerto qual decisão um ser humano irá tomar, não significa que a decisão tomada será totalmente livre e independente, assim como o fato de que não podemos prever o clima com grande margem de acerto não significa que o clima independa de regras que o determinem. Desta forma quando decidimos por uma opção, na verdade não fazemos uma decisão livre, porém sim, uma decisão baseada em memórias anteriores que nos levaram a optar por determinado caminho.
Na verdade decidimos a partir de hábitos e desejos anteriores (conscientes ou inconscientes) e não através de uma suposta "liberdade para decidir".
Faça você agora esta experiência:
Decida mexer qualquer parte de seu corpo e faça isto agora. A maioria das pessoas acredita que pode decidir mexer a parte do corpo que quiser, e com liberdade. Mas não é bem assim. Reflita um pouco. Você na verdade mexeu uma parte de seu corpo apenas porque eu sugeri e, portanto, sua ação não foi livre mas foi uma ação induzida por minha proposta.
Você pode dizer: Certo, mas eu mexi a parte do corpo que eu quis, livremente. Mas uma vez você se engana. Por exemplo, certamente você não decidiu mover a musculatura do períneo (região entre os genitais e o ânus). Por que? Porque esta área é uma região do corpo que habitualmente não decidimos mover voluntariamente, por não fazer parte de nossos hábitos e condicionamentos prévios.
Qualquer movimento que tenha realizado, teve como causa, hábitos anteriormente armazenados na memória e portanto não foi um movimento livre. Isto é valido para qualquer pensamento, emoção ou sentimento que você tiver. Todos eles são condicionados e só aparecem devido a uma série de experiências que você teve no passado, nunca surgem porque você escolhe livremente.
Até mesmo se você decidiu não realizar esta experiência, tal decisão foi tomada baseada em avaliações armazenadas em sua memória, e portanto também foi uma decisão condicionada.
Bem, mas apesar de ter lido minhas afirmações acima, você pode não concordar comigo e continuar acreditando que você tem livre arbítrio. Ok., é realmente bem provável que isto aconteça. Mas pare um pouco e pense: Porque você continua acreditando que tem livre arbítrio? Certamente porque em um determinado momento de sua vida, baseado em suas experiências, leituras, raciocínio e desejos, você chegou a conclusão que tem livre arbítrio. Portanto o próprio fato de você discordar do que eu afirmei acima, comprova que sua avaliação é sempre baseada em experiências passadas e portanto não é na verdade livre, mas condicionada!
O que comprova o fato de que não temos "livre arbítrio", não porque eu tenha dito isto, mas porque é assim.
Mas será que é mesmo assim?
O termo arbítrio, é derivado de arbitrar, que significa decidir com a própria consciência.
Ora, quando em nossa vida surge um evento em que devemos optar entre duas ou mais opções, é quando deveríamos utilizar esta suposta capacidade que temos, que se convencionou chamar de "Livre Arbítrio".
Qualquer evento no Universo pode ser dividido em dois tipos:
- Eventos aleatórios: São aqueles eventos que não podemos prever e que seguem apenas as chamadas leis de probabilidade.
Por exemplo: jogar uma moeda.
- Eventos regidos por leis: São aqueles eventos que ocorrem apenas devido a uma série de fatores que o desencadeiam, seguindo regras, que são previsíveis.
Por exemplo a evaporação da água destilada a 100ºC ao nível do mar, é um evento que acontece regido por regras nítidas e que não ocorrerá jamais em temperatura abaixo ou acima de 100ºC.
Dentre estes eventos existem alguns que mesmo que saibamos que sejam regidos por leis, não podemos fazer uma previsão com grande margem de acerto, como as modificações do clima. Mas apesar disto estes eventos também são regidos por regras e não são aleatórios.
Ora a qual tipo de evento pertence as decisões que tomamos quando dizemos que estamos usando o livre arbítrio?
Certamente nos eventos do primeiro tipo (eventos aleatórios), não poderemos colocar as decisões do livre arbítrio. Pois isto equivaleria a afirmarmos que nossas decisões são tão imprevisíveis quanto a face que cairá para cima quando jogamos uma moeda. Isto significa que se colocassemos 1000 pessoas numa situação em que eles deveriam decidir se apertam ou não o gatilho de um revólver que esta apontado para a cabeça do melhor amigo deles, teríamos um total médio de 500 tiros e quinhentas pessoas mortas. Sabemos que na prática isto não ocorreria, portanto as decisões do livre arbítrio não são decisões aleatórias.
Por exclusão, então resta o segundo tipo de evento: As decisões tomadas por livre arbítrio são eventos regidos por leis.
Sabemos que para decidirmos, usamos nossa consciência, ou seja, nossos valores, pensamentos e conhecimentos adquiridos; nossas reflexões e memórias. Todas estas capacidades porém, são produto do condicionamento que tivemos no passado, de nossas experiências e aprendizado. Assim para decidirmos sobre algo, usamos determinadas capacidades que estão totalmente vinculadas ao passado.
Portanto nossa decisão não é na verdade livre; mas é o resultado de uma avaliação baseada em dados que temos acumulados na memória. Assim a decisão não é livre, mas sim, dependente do nosso condicionamento anterior.
Estes condicionamentos são as regras que determinam nossas decisões, o fato de não podermos prever com grande margem de acerto qual decisão um ser humano irá tomar, não significa que a decisão tomada será totalmente livre e independente, assim como o fato de que não podemos prever o clima com grande margem de acerto não significa que o clima independa de regras que o determinem. Desta forma quando decidimos por uma opção, na verdade não fazemos uma decisão livre, porém sim, uma decisão baseada em memórias anteriores que nos levaram a optar por determinado caminho.
Na verdade decidimos a partir de hábitos e desejos anteriores (conscientes ou inconscientes) e não através de uma suposta "liberdade para decidir".
Faça você agora esta experiência:
Decida mexer qualquer parte de seu corpo e faça isto agora. A maioria das pessoas acredita que pode decidir mexer a parte do corpo que quiser, e com liberdade. Mas não é bem assim. Reflita um pouco. Você na verdade mexeu uma parte de seu corpo apenas porque eu sugeri e, portanto, sua ação não foi livre mas foi uma ação induzida por minha proposta.
Você pode dizer: Certo, mas eu mexi a parte do corpo que eu quis, livremente. Mas uma vez você se engana. Por exemplo, certamente você não decidiu mover a musculatura do períneo (região entre os genitais e o ânus). Por que? Porque esta área é uma região do corpo que habitualmente não decidimos mover voluntariamente, por não fazer parte de nossos hábitos e condicionamentos prévios.
Qualquer movimento que tenha realizado, teve como causa, hábitos anteriormente armazenados na memória e portanto não foi um movimento livre. Isto é valido para qualquer pensamento, emoção ou sentimento que você tiver. Todos eles são condicionados e só aparecem devido a uma série de experiências que você teve no passado, nunca surgem porque você escolhe livremente.
Até mesmo se você decidiu não realizar esta experiência, tal decisão foi tomada baseada em avaliações armazenadas em sua memória, e portanto também foi uma decisão condicionada.
Bem, mas apesar de ter lido minhas afirmações acima, você pode não concordar comigo e continuar acreditando que você tem livre arbítrio. Ok., é realmente bem provável que isto aconteça. Mas pare um pouco e pense: Porque você continua acreditando que tem livre arbítrio? Certamente porque em um determinado momento de sua vida, baseado em suas experiências, leituras, raciocínio e desejos, você chegou a conclusão que tem livre arbítrio. Portanto o próprio fato de você discordar do que eu afirmei acima, comprova que sua avaliação é sempre baseada em experiências passadas e portanto não é na verdade livre, mas condicionada!
O que comprova o fato de que não temos "livre arbítrio", não porque eu tenha dito isto, mas porque é assim.
(By Celso)
apareci e gostei..rs
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