terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Forasteiro


"Neste mundo, sou um forasteiro, um estranho... Sou um desconhecido dos meus parentes e amigos; quando com um deles me encontro, por acaso pergunto a mim mesmo: "Quem será esse? Onde e como o conheci? Qual o determinismo estranho que nos aproxima e nos faz falar?" Sou estranho à minha própria alma: por isso, quando a minha língua fala, não sei se ouço a minha própria voz. Sou estranho ao meu corpo. Quando diante do espelho, observo em mim como que expressões que não correspondem ao meu íntimo sentir, e vejo, no fundo das minhas pupilas, imagens que não traduzem, de modo algum, o que está na minha alma. Neste mundo, eu sou um forasteiro. Não existe quem compreenda uma palavra, ao menos, da linguagem da minha alma. Eu sou um estrangeiro neste mundo. Sou o poeta que, de passagem pela vida, canta em seus versos o que ela possui de mais profundo, harmonioso e belo. Eu sou um estrangeiro, e sempre serei um estrangeiro para mim, até que a morte me leve e me faça voltar à minha verdadeira pátria."

(Gibran Kahlil Gibran).

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