segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Caos e valores


Existe um caos econômico motivado pela exagerada importância atribuída aos valores materiais. Procuramos resolvê-lo com o aumento dos valores materiais, produção de utilidades. Apelamos para a máquina, na busca de maiores satisfações, conferindo assim importância às coisas, à propriedade, ao nome e à casta. Em geral, estamos escravizados aos valores relativos aos sentidos, e o mundo ao redor de nós está organizado para aumentá-los e mantê-los.
 E como tais valores cada vez mais nos subjugam, envelhecemos sem reflexão, extenuados pela atividade externa, mas inativos e pobres interiormente. 
Todos necessitamos de vestuário, alimento e abrigo. Mas por que essas coisas assumiram tão tremenda importância, significação? 
As coisas assumem tal valor e significação desproporcionais, porque dependemos delas, psicologicamente, para o nosso bem-estar.
Elas nutrem a nossa vaidade; dão-nos prestígio social; fornecem-nos os meios de obtermos poder. Empregamo-las com o propósito de conseguir fins diversos dos que elas em si próprias significam. 
Muitos pensam " Dependemos das coisas porque somos pobres internamente e cobrimos essa pobreza do nosso ser com coisas", e essas acumulações externas, essas posses superficiais, tornam-se tão vitalmente importantes que por elas estamos dispostos a mentir, a fraudar, a lutar e a destruir-nos uns aos outros.
Tão importantes se tornaram, que, por causa delas, estamos matando, destruindo, massacrando, liquidando. Estamos nos abeirando de um precipício; cada uma de nossas ações está nos levando para lá; toda ação política, econômica, está fatalmente nos conduzindo para o precipício, arrastando-nos para aquele abismo caótico.
A avidez é um problema complexo. Viver no mundo da ganância sem ser ganancioso requer uma compreensão profunda; viver com simplicidade, ganhando a vida justamente, num mundo que está organizado sobre a base da agressão e da expansão econômica, só é possível para aqueles que estão descobrindo riquezas interiores.
(  Krishnamurti )



- Retiremos a vaidade de muitos, e veremos se algo sobra .

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