quinta-feira, 22 de março de 2012

Depressão


Quem sabe o que é ter que levantar pela manhã quando todo seu corpo e mente se recusam a fazê-lo, principalmente depois de se ter passado a noite em claro?
Como é difícil respirar, quando se tem a sensação que seu pulmão é maior que seu peito e nenhum ar é capaz de entrar. Quão sofrido é ter que falar, sorrir, trocar palavras quando queríamos ser apenas nuvens. Que desespero é querer chorar, gritar, cair na cama e apagar, e, ainda assim, responsavelmente, como bem espera a sociedade e seu código de conduta, termos que cumprir nossa responsabilidade cotidiana. Há algo que massacre tanto como o cotidiano quando fugimos da eternidade, quando não suportamos mais o agora? Como é possível viver sem sentido? Dá para continuar vivendo quando não mais suportamos a angústia que nos enlaça? Para onde migraram as esperanças que cultivávamos, os sonhos que sonhávamos, o desejo de ser e ter, a vontade louca de viver? O que fazer? Morrer? Mas também por questões do amor. Amor dá depressão? Ah! Dá sim, principalmente quando aquele a quem amamos vive a depressão, aí, muitas vezes, nossa incapacidade em ajudar nos carrega junto para a depressão. Como é doído ver as lágrimas nos olhos amados, ver-lhe o vazio e a desesperança, a tristeza, a falta de motivação, ou então, a energia sendo gasta inutilmente em gestos destrutivos, em excessos sem necessidade e precisão. Qual a medida do amor? Qual o limite e possibilidade de distanciamento? Qual nosso limite de preservação? Onde buscar ajuda? Qual o remédio?
Que pena! Não há pílula mágica, não dá para tomar prozac a vida inteira, com o tempo a dor volta, volta o choro, o sono diurno, a insônia noturna, a falta de apetite, ou a fome sem apetite, o ar fica rarefeito, enfim, sucumbimos novamente. Precisamos de ajuda, porém raramente a queremos. Somos levados ao médico, ao terapeuta e aí nos entregamos para que eles façam o milagre da transformação. Projetamos neles a responsabilidade de nos tornar melhores, mais felizes, leves e capazes de viver. Viver ou sobreviver? Podemos mesmo ir além da sobrevivência? Há um “por que” viver? Qual o sentido da vida? Qual o sentido da minha vida? É esse o primeiro passo para a cura da depressão: buscar o sentido da vida. É a isso que a depressão se propõe. Levar-nos para as profundezas de nós mesmos, para, então, resgatarmos o sentido de nossa existência, entendermos o mito do significado de nossas vidas e, aí, retomarmos o rumo de nossa plenitude. Há salvação na depressão e não apenas da depressão. Ela é o chamado do Self ("alma") para a rendição do ego. Para que, enfim, entremos em contato com nossa natureza real e verdadeira, para que realizemos o propósito de nossa existência. Não é um caminho fácil, tranquilo. É sempre muito doloroso abrirmos mão de nossas personas, elas nos trazem ganhos em decorrência da adaptação que proporcionam, e nem sempre meu verdadeiro Eu é adaptável. Mas e daí? Numa sociedade tão esquizoide será bom ser adaptado? Numa sociedade que esqueceu os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade, o saudável é mesmo ser diferente. Podemos viver em pecado mundano e ser felizes, mas jamais conseguiremos paz e felicidade se trairmos a nós mesmos. Quando a depressão bater pense: o que é que está fora de lugar? Onde meu Eu se coloca nesta situação? Por essas e outras questões existenciais que o estudo da Psicologia Junguiana, ou Psicologia Profunda, se justifica. Quando estamos no “fundo do poço” e não queremos segurar a corda. O psicoterapeuta junguiano reconhece os estados da alma, a angústia, a melancolia, a depressão.


(Texto de Ercilia Simone Dalvio Magaldi )


- Depressão, ansiedade  e  ataques de pânico  não são sinais de fraqueza, mas sim por ter tentado se manter  forte por  longo tempo.

2 comentários:

  1. Muito bom o texto, nem tem o que comentar , o q é depressão taí o caminho da taí. È o saber, o conhecer o inicio do caminho... depois vem as escolhas, mergulhar na alma e assim resgatar o que está enfraquecido e onde encontrar esse alicerse de sustentação ,descobrir o que somos...Ser Humano ! é autoconhecimento > jamais conseguiremos paz e felicidade se trairmos a nós mesmos. grata! Marcia

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  2. Da gente que eu gosto.

    Eu gosto de gente que vibra, que não tem de ser empurrada, que não se tem de dizer que faça as coisas, mas que sabe o que tem que fazer e que faz. Gente que cultiva seus sonhos até que esses sonhos se apoderam de sua própria realidade.

    Eu gosto de gente com capacidade para assumir as conseqüências de suas ações, de gente que arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, que se permite, abandona os conselhos sensatos deixando as soluções nas mãos de Deus.

    Gosto de gente que é justa com sua gente e consigo mesma, da gente que agradece o novo dia, as coisas boas que existem em sua vida, que vive cada hora com bom animo dando o melhor de si, agradecido de estar vivo, de poder distribuir sorrisos, de oferecer suas mãos e ajudar generosamente sem esperar nada em troca.

    Eu gosto de gente capaz de me criticar construtivamente e de frente, mas sem me lastimar ou me ferir. De gente que tem tato.

    Gosto de gente que possui sentido de justiça.

    A estes chamo de meus amigos.

    Gosto de gente que sabe a importância da alegria e a pratica.

    De gente que por meio de piadas nos ensina a conceber a vida com humor.

    De gente que nunca deixa de ser animada.

    Gosto de gente que nos contagia com sua energia.

    Gosto de gente sincera e franca, capaz de se opor com argumentos razoáveis a qualquer decisão.

    Gosto de gente fiel e persistente, que não descansa quando se trata de alcançar objetivos e idéias.

    Me encanta gente de critério, que não se envergonha em reconhecer que se equivocou ou que não sabe algo.

    De gente que, ao aceitar seus erros, se esforça genuinamente por não voltar a cometê-los.

    De gente que luta contra adversidades. Gosto de gente que busca soluções.

    Gosto de gente que pensa e medita internamente. De gente que valoriza seus semelhantes, não por um estereótipo social, nem como se apresentam.

    De gente que não julga, nem deixa que outros julguem.

    Gosta de gente que tem personalidade.

    Me encanta gente que é capaz de entender que o maior erro do ser humano é tentar arrancar da cabeça aquilo que não sai do coração.

    A sensibilidade, a coragem, a solidariedade, a bondade, o respeito, a tranqüilidade, os valores, a alegria, a humildade, a fé, a felicidade, o tato, a confiança, a esperança, o agradecimento, a sabedoria, os sonhos, o arrependimento, e o amor para com os demais e consigo próprio são coisas fundamentais para se chamar GENTE.

    Com gente como essa, me comprometo, para o que seja, pelo resto de minha vida… já que, por tê-los junto de mim, me dou por bem retribuído.

    OBRIGADO POR SER PARTE DESSA GENTE !

    Impossível ganhar sem saber perder.

    Impossível andar sem saber cair.

    Impossível acertar sem saber errar.

    Impossível viver sem saber reviver.

    A glória não consiste em não cair nunca, mas em levantar-se todas as vezes que seja necessário.

    E ISSO É ALGO QUE MUITO POUCA GENTE TEM O PRIVILEGIO DE PODER EXPERIMENTAR.

    Bem aventurados aqueles que já conseguiram receber com a mesma naturalidade o ganhar e o perder, o acerto e o erro, o triunfo e a derrota…– Mario Benedetti
    Marcia- madhavii

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