quinta-feira, 1 de abril de 2010

Religare


Sabeis o que é religião? Não é cântico, não é execução de ritual, não é adoração de deuses de lata ou imagens de pedra; ela não se encontra nos templos e igrejas, nem na leitura da Bíblia ou do Gita; não é a repetição de um nome sagrado ou o seguir de qualquer outra superstição inventada pelos homens. Nada disso é religião.
Religião é o sentimento da bondade, daquele amor semelhante ao rio – que é um movimento rico eterno. Naquele estado, vereis chegar um momento em que não haverá busca de espécie alguma; e esse findar da busca é o começo de algo totalmente novo.
A busca de Deus, da Verdade, o sentimento de se ser integralmente bom (não o cultivo da bondade, da humildade, porém o buscar, além das invenções e dos artifícios da mente, uma certa coisa – e isso significa ser sensível a essa coisa, viver nela, sê-la) isso é que é a verdadeira religião.
A vida cuidará então de vós, de uma maneira surpreendente, pois, de vossa parte, nada haverá para cuidar. A vida, então, vos levará aonde lhe aprouver, porque sereis uma parte dela; não haverá mais problemas concernente à segurança ou ao que “os outros” digam ou não digam. E esta é que é a beleza da vida.

(Livro: A CULTURA E O PROBLEMA HUMANO -pg 133)

Condicionado


Toda e qualquer palavra, frase ou sentença emitida por um ser humano carrega dentro de si o condicionamento daquele que emitiu a frase.

Mas é preciso entender que nem tudo que é condicionado é falso, ou emite uma impressão tendenciosa.
Todo e qualquer julgamento de valor é baseado em alguma informação adquirida no passado, ou seja, o julgamento é sempre a expressão da história do julgador.

O ideal de um julgamento imparcial é justamente isto: um ideal.

No mundo real todo e qualquer julgamento é baseado em regras, conceitos, decisões e julgamentos anteriores, e neste sentido está atrelado a condições anteriores.

Um julgamento imparcial é aquele que está de acordo com regras e conceitos anteriores do que é imparcial, e, portanto, aí está a parcialidade dele.