sábado, 16 de maio de 2020

Apocalipse - Ilha de Patmos



No grego aparece escrito de três modos: Patmos, Patnos e Pátimo; no latim, Patmus.
Trata-se de uma pequena ilha do mar Egeu. Na antiguidade era designada “Esporada”, e hoje "Dedocaneso".
Mede 16 km de comprimento por 6 km de largura, com uma área total de 96 km². Afastada da costa da Ásia Menor cerca de 53 km, sua posição fica a 37°20'N, 26°34' L. Dista a 80 km a ocidente de Mileto e a 112 km a sudoeste de Éfeso.
Sua formação é granítica de rochas vulcânicas, montanhosa e estéril. Seus habitantes viviam da agricultura. O comércio era muito fraco. Foi refúgio de piratas do mar nos dias apostólicos. O ambiente em Patmos, para o apóstolo João, era de insegurança, de dor e separação de suas amadas igrejas. O porto de Patmos era dos melhores da Ásia Menor, porém ficava fora das grandes rotas de navegação.
Pouco ou quase nada sabemos da história da ilha de Patmos, a não ser nas poucas informações de Tucídides. As buscas arqueológicas encontraram restos de uma muralha, inscrições várias, moedas, fragmentos de estátuas e cerâmica em quantidade. Patmos alcançou seu esplendor nos séculos IV-III a.C. Afirma-se que continuou florescendo até o século III d.C. Irineu afirma que o exílio do apóstolo foi no final do reinado de Domiciano, em 95 d.C. Os romanos tinham três condições de exílio:
1. Relegatio ou Deportatio in insulam, reservada aos nobres ou cidadãos romanos. Não era o caso de João.
2. Condenação ad metalla. Ora, em Patmos não existiam minas de metais que estariam sendo exploradas.
3. Ad Opus Publicum. João, na realidade, foi exilado em Patmos com a finalidade de permanecer separado das sete igrejas da Ásia. Eram tempos de bárbara perseguição, sofrimento e morte. Quando os soldados do imperador vendaram os olhos do velho apóstolo para as realidades materiais e contingentes, o Senhor Jesus descortinou diante de João as realidades espirituais do que acontecera, acontecia e aconteceria séculos em fora. Essas realidades espirituais foram escritas pelo apóstolo João sob a direção do Espírito Santo, no livro da Revelação, que é o Apocalipse.

Apocalipse 1:
9. Eu, João, vosso irmão e companheiro nas tribulações, na realeza e na paciência em união com Jesus, estava na ilha de Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
10. Num domingo, fui arrebatado em êxtase, e ouvi, por trás de mim, voz forte como de trombeta,
11. que dizia: O que vês, escreve-o num livro e manda-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia.



Apocalipse - Éfeso

Éfeso 


- A mais importante da "Ásia", hoje ocupada pela Turquia asiática. Situada na desembocadura do rio Caister, entre as serras montanhosas do Caressos e o mar. Distante do Egeu cerca de 5 km. Ocupava uma linda e grande planície. Ficava entre Esmirna ao norte, e Mileto, ao sul. Defronte a ilha de Samos. Pertencia à Lídia. Na atualidade se chama Selçuk. Disputou com Alexandria e Antioquia a supremacia sobre o Mediterrâneo oriental. Através de Laodiceia, pelo vale do Caister, comunicava-se com a Síria facilmente. Suplantou Mileto e "se tornou o maior empório da Ásia, ao ocidente do Taurus".
Antes da chegada dos jónicos, Éfeso era habitada pelos asiáticos, isto é, o povo nativo. Os jónicos chegaram em 1044 a.C. e dominaram tudo completamente, ainda que os sacerdotes nativos continuassem orientando o culto. Os asiáticos e os jónicos por fim se amalgamaram em tudo, inclusive nas religiões. Em 560 a.C. os lídios se apoderaram de Éfeso. Em 494 foi a vez dos persas; em 334, Alexandre, o Grande; em 133, os romanos. Transformada por estes em centro administrativo e religioso da província romana da Ásia. Em 41 d.C, Cláudio converteu-a no grande centro político, o primeiro da Ásia Menor




Algumas coisas tornaram Éfeso uma grande cidade: Capital da província romana da Ásia. O "escrivão" da cidade (At 19.35) não era apenas um escrivão, mas a "autoridade máxima", como lembra com bastante propriedade William Ramsay. Isto atraía "toda a Ásia" (At 19.10) a Éfeso; desse modo, ouviam a Palavra de Deus por meio de Paulo.
Havia um grande mercado, comprando e vendendo produtos da região e de outras partes. Podemos imaginar o grande número de camelos que chegavam e saíam carregados com géneros de todas as partes da terra. O número de pessoas que afluíam ao mercado era enorme. Era em lugar assim tumultuado que Paulo gostava de expor a Palavra.
Podia-se chegar ou sair de Éfeso por mar, pois o porto distava apenas 5 km; no tempo de Paulo era mais perto ainda. Hoje, das ruínas da primitiva Éfeso ao Egeu, são 11 km. Material de aluvião empurrou as águas do mar. O porto de Éfeso deveria estar em reformas quando Paulo parou em Mileto e mandou chamar os pastores de Éfeso (At 20.17). Mas o momento mais comum para alcançar Éfeso, ou deixá-la, era por terra. Estradas boas e bem guardadas, vindas de todos os pontos do oriente, passavam pela cidade, atraindo grande número de pessoas. Uma vez em Éfeso, ouviam a "mensagem da cruz".

Havia também um famoso centro de medicina, principalmente para curar doenças dos olhos. Isto trazia para a cidade milhares de enfermos, que tinham também o ensejo de entrar em contato com Jesus, o Médico dos médicos.



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A cidade abrigava o templo de Diana ou Ártemis, a deusa símbolo da fertilidade. Nesse templo, grande e majestoso, guarda-va-se a imagem da deusa famosa. Talvez essa imagem fosse esculpida num grande meteorito, daí a razão de dizerem "que caiu do céu" (At 19.35). James Adams diz que na noite em que Alexandre, o Grande, nasceu o templo de Diana foi destruído pelo fogo. Chegaram donativos de todas as partes e o templo foi reconstruído com mais pompa e maior glória. Esse templo, que chegou a ser "uma das sete maravilhas do mundo", media 74,5 x 49,95 m. Com cem colunas de 1,8 m de diâmetro cada uma. O altar descansava sobre uma base de pedras com 6 m². Em determinado mês conhecido como Artemísio (março-abril), gente de toda parte rumava para Éfeso com ricas ofertas para Diana. Eram milhares e milhares. Foi nesse período que o sindicato do ourives Demétrio criou problema com Paulo (At 19.23-40). Isso aconteceu no teatro com capacidade para 25 mil pessoas. Depois de dois anos de pregação do evangelho, muitos efésios já se haviam convertido a Cristo e não mais compravam as miniaturas dos nichos de Diana.
O templo de Diana ficava numa linda planície distante do centro cerca de 2,5 km e ligado à cidade por uma estrada de mármore com 22 m de largura, ladeada de colunas riquíssimas. Essa suntuosa estrada dava saída para a "Porta Magnesiana".
O Grande Fórum Romano ergueu-se majestoso na praça principal da cidade. O Estádio também era de gigantescas dimensões (assim o provam as ruínas). A Oeste do Estádio ficava o templo de Serápis, deusa importada do Egito. Orna muralha de 11,2 km circundava a cidade, dando-lhe segurança e paz. O número de judeus em Éfeso deveria ser considerável. Não eram, porém, bem quistos como podemos deduzir de Atos 19.34. O cônsul Dolabella lhes concedeu, em 44 d.C., privilégios especiais para observarem o sábado, confirmados mais tarde pela cidade e o próprio Augusto. Éfeso era um centro estratégico; por isso Paulo estabeleceu ali um poderoso trabalho, onde permaneceu dois anos (At 19.10).




Coisas importantes aconteceram pela pregação de Paulo e de seus companheiros:
(1) Começou com homens convertidos e cheios do Espírito Santo e com dons espirituais (At 19.1-7). (2) Paulo evitou brigas e polémicas entre judeus e cristãos (At 19.9). (3) Paulo pregou somente a Palavra de Deus. (4) A mensagem de Paulo não era apenas na sabedoria humana, mas na demonstração do poder de Deus com milagres e maravilhas (At 19.11,12). (5) Paulo expulsou demónios (At 19.13-16). (6) O nome do Senhor Jesus era engrandecido pela pregação das boas novas.
(7) Obras de feitiçaria eram queimadas em praça pública pelos novos convertidos (At 19.18,19). (8) A poderosa Palavra do Senhor Jesus crescia e prevalecia com poder (At 19.20). (9) Mais tarde, o apóstolo Paulo escreveu a essa igreja uma confortadora e maravilhosa carta, conhecida como "Epístola aos Efésios". (10) O Senhor Jesus dirigiu a essa igreja uma carta de exortação e amor (Ap 2.1-7).
Muitos templos cristãos foram construídos no período do Imperador Constantino. Do período bizantino para frente, Éfeso foi decaindo até chegar a um montão de ruínas. Arqueólogos como John Turtle Wood e David George Hogard, entre outros, escavaram as ruínas de Éfeso e revelaram a gloriosa cidade que era sede de idolatria, mas que foi abalada pelo poder do evangelho de Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo.



O Elegante teatro de Éfeso suportava 24.000 pessoas sentadas para jogos, música e cerimônias religiosas. Era também usada para encontros públicos e questões deliberativas, execução de ações do conselho da cidade e questões legais. De acordo com Atos: 19.23-41, devotos da deusa Ártemis ou Diana encenaram uma demonstração anticristã no teatro. A rua na direta da foto levava à fonte das águas. Nas proximidades estavam os armazéns e o complexo do ginásio-termas.

Esse portal monumental fica numa das saídas do mercado. Foi construído entre 4 e 2 A.C. por ex-súditos de Augustus, que dedicaram o portal ao imperador e sua família. Uma inscrição nas paredes do portal chama Augustus "filho da divindade", desde que ele foi adotado como filho de Júlio César, que foi deificado pelo senado Romano. A inscrição também lista funções que Augustus tinha, incluindo a de sumo-sacerdote. Estatuas de Augustus e sua família olha para baixo aos que atravessam pelo portal

O Ágora era o centro comercial de Éfeso. Era uma grande área quadrada contornada por colunas e calçadas. Vendedores e artesãos faziam seu comércio nesta área. Éfeso era um centro de indústria têxtil e era conhecida por seu vinho e perfume. Os ourives mencionados em Atos 19:24-27 devem ter trabalhado nesta área. Em adição ao comércio, o Ágora era um lugar para encontros públicos informais




Apocalipse Capitulo 2
1. Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: Eis o que diz aquele que segura as sete estrelas na sua mão direita,aquele que anda pelo meio dos sete candelabros de ouro.
2. Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência: não podes suportar os maus, puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são e os achaste mentirosos.
3. Tens perseverança, sofreste pelo meu nome e não desanimaste.
4. Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor.
5. Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras. Senão, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, caso não te arrependas.
6. Mas isto tens de bem: detestas as obras dos nicolaítas, como eu as detesto.
7. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor darei de comer (do fruto) da árvore da vida, que se acha no paraíso de Deus.



sexta-feira, 8 de maio de 2020

Apocalipse

O Apocalipse foi primeiramente escrito para os Cristãos que viviam em sete cidades na Ásia Menor (Apoc.1:4), no que atualmente é a Turquia. O livro foi escrito por João, o apóstolo de Jesus e discípulo amado, que teve visões na ilha de Patmos, no final do primeiro século D.C. Embora o livro fale sobre previsões do futuro, João também o escreveu para ajudar os cristãos que moravam nessas cidades. Conhecer mais sobre essas cidades pode ajudar a fazer as mensagens dos capítulos 1 a 3 do Apocalipse serem mais vívidas e aprendermos como era a vida em Corinto, Filipos e outros lugares que também são mencionados nas cartas de Paulo. 

As sete igrejas da Ásia - O Senhor Jesus através de seu servo, o velho apóstolo João, dirigiu cartas às sete mencionadas em Apocalipse 1, 2 e 3. Essas sete igrejas e outras da mesma região nasceram como resultado do trabalho diuturno e sacrificial do apóstolo Paulo. O apóstolo não esteve pessoalmente em alguns lugares, como é o caso de Colossos. Após a saída de Paulo da "Ásia", o apóstolo João se instalou na região.