quinta-feira, 30 de julho de 2020

Apocalipse - Filadélfia


Filadélfia 





-Filadélfia fica num vale aos pés de um platô montanhoso. A parte de baixo e escura, no centro da imagem, mostra a área da antiga cidade. Os reis de Pérgamo fundaram Filadélfia como um posto avançado do seu Reino no segundo século a.C. A cidade estava localizada ao longo de uma importante estrada de viagem que ligava Pérgamo ao norte com Laodiceia ao sul. Nos tempos do novo testamento, Filadélfia fazia parte da província Romana da Ásia. A cidade foi devastada por um terremoto em 17 d.C. e por um tempo as pessoas viveram com medo de tremores. Filadélfia foi reconstruída com ajuda do imperador Tibério.


 Em grego se lê tanto Filadélfia como Filadelfa. Situada na Lídia e fundada no primeiro milênio antes de Cristo. Situada no sopé de um contraforte do monte Tmolo, hoje chamado "Boz Dgi", mais ou menos 45 km ao sudeste de Sardes. Ciro, o Grande, conquistou Filadélfia. Nos dias de Átalo II, Filadelfo, rei de Pérgamo (159-138 a.C), a antiga Kallatebos veio a chamar-se Filadélfia em honra de Átalo II. Reduto importante do helenismo ou Ásia, a cidade experimentou grande surto de progresso e se tornou célebre em toda a província romana da Ásia. As rotas de Esmirna a Pérgamo obrigatoriamente passavam por Filadélfia. Suas terras eram férteis, seu comércio intenso e a cidade muito rica. No ano 17 da nossa era foi destruída por violento terremoto. Três anos mais tarde, Estrabão a visitou e ficou penalizado ao pisar as ruínas da gloriosa cidade. O imperador Tibério a reconstruiu, dando-lhe o nome de "Neokaisareia". Vespasiano chamou-lhe "Flávia".
O movimento religioso da cidade era grande. Muitos templos suntuosos espalhavam-se por suas ruas e bairros. O local está hoje ocupado por uma aldeia chamada Alaseir, pertencente à Turquia asiática.
A palavra "Filadélfia" vem naturalmente de "Filadelfo", e é constituída de dois vocábulos gregos (filo = "amor" + delfos = "irmão"; portanto, "amor fraternal").
O Senhor Jesus dirigiu a essa igreja sua sexta carta (Ap 3.7-13). Destacaremos algumas coisas importantes dessa preciosa carta de Jesus ao anjo dessa igreja.
1. Assim como Filadelfo se tornou famoso pela lealdade a seu ir¬mão, semelhantemente a igreja, a verdadeira Filadélfia, herda e cumpre o caráter daquele mediante sua constante lealdade a Cristo (Ap 3.8-10).
2. Filadélfia ficava na região onde havia uma "porta aberta", de onde vinha a riqueza e prosperidade para a cidade. Do mesmo modo, o Senhor Jesus coloca diante da comunidade cristã de Filadélfia "uma porta aberta" de oportunidade e bênção (Ap 3.8; 2Co 2.12).
3. Os símbolos "coroa" e "templo" salientam um contraste com as festividades religiosas e os ritos da cidade (Ap 3.11,12).
4. A igreja estava numa região sujeita a terremotos, portanto um lugar inseguro; Jesus promete aos fiéis a estabilidade dos céus e participante do templo de Deus.
5. No decurso dos séculos, a cidade recebeu muitos nomes. Os vencedores em Cristo receberão novos nomes e a certeza da participação gloriosa com Cristo (Ap 3.12).
6. Os judeus perseguiram a pequenina igreja e são chamados por Jesus de "sinagoga de Satanás" (Ap 3.9).
De caminho de Antioquia da Síria para Roma, onde seria martirizado, Inácio visitou a cidade e, posteriormente, enviou uma carta à comunidade cristã de Filadélfia.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Apocalipse - Pérgamo



Pérgamo - Importante cidade da Ásia Menor. Ao oeste estava 'a alguns quilômetros do Egeu; ao norte limitava com Assôs e Adramitia; ao sul com Tiatira, e a leste com uma região sem cidades.




Em grego temos Pérgamos ou Pérgamon; no latim é Pergamum. Pertencia à Mísia. Hoje à Turquia asiática. Construída sobre uma montanha de mais ou menos 300m sobre o mar. Sobre o planalto corriam dois profundos ribeiros. A cidade era rodeada de grossas muralhas, um ponto estratégico privilegiado. Grandes estradas passavam por Pérgamo; por isso era rica e importante. Cresceu à sombra do helenismo. Sob a dinastia dos atálidas (283-133 a.C), a cidade foi centro comercial e militar importante, além de religioso. Êumenes II (197-159 a.C.) deu à cidade coisas importantes, como um grandioso conjunto de ginásios, uma biblioteca quase igual à de Alexandria, um museu com maravilhosas esculturas gregas, grandiosos jardins, suntuosos palácios e templos decorados pelos mais notáveis escultores da época.



Ao morrer, Átala III (133 a.C.) legou seu reino aos romanos, que a transformaram em "Província da Ásia". Com importantes estra¬das que ligaram Éfeso a quase toda a região da Anatólia, Pérgamo assumiu uma condição inferior, mas continuou sendo a capital da Província.
A vida religiosa de Pérgamo foi muito intensa no alvorecer da era cristã. Não longe da cidade estava o grande e famoso santuário dedicado a Esculápio, o deus da medicina. Esse lugar de adoração surgiu no século II a.C. e atraía a cada ano milhares de peregrinos, sendo transformado também em sanatório e escola de medicina. Pérgamo promoveu o culto ao imperador e dedicou templo a Roma e a Augusto. Sendo a capital da Província Asiática, cabia-lhe a responsabilidade de organizar em toda a região o culto do imperador.




O Senhor Jesus enviou à igreja de Pérgamo uma mensagem, registrada em Apocalipse 2.12-17. Jesus diz: "Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás". O que seria esse "trono de Satanás"? Alguns intérpretes veem nisso alusão ao conjunto de templos pagãos que dominavam a cidade e espalhavam as obras do Diabo. Outros acham que se refere expressamente ao templo de Zeus. Há os que crêem que seja uma alusão à famosa biblioteca da cidade. Por último, alguns pensam que se trata do templo de Esculápio, real¬mente um trono satânico.
Em Pérgamo organizava-se o culto do imperador para toda a Província da Ásia. Daqui partiam as ordens expressas. Quem não cumprisse seria morto, como foi "Antipas" (Ap 2.13), seguido de outros cristãos. Essa perseguição era ordenada pela organização que promovia o culto do imperador; era, pois, o "trono de Satã".




As solenidades idolátricas celebradas em Pérgamo atraíam gente de toda a Ásia. Os participantes desse culto tinham ideias heterogêneas sobre moral, política e religião. Realmente, o ambiente resultante era promíscuo. Isto preparou campo para a proliferação de doutrinas do tipo "nicolaítas" que se infiltraram na igreja do Senhor e foram condenadas. Com base em Apocalipse 2.14, os ensinos de Balaão sobre prostituição eram comuns e generalizados em Pérgamo.
Segundo a tradição romanista, Gaio, a quem o apóstolo João dirigiu sua terceira carta, foi pastor em Pérgamo.



 Pérgamo foi a maior cidade no oeste da Ásia Menor nos tempos do Novo Testamento. Está situada em um espaçoso vale, a 26 quilômetros do mar Egeu, naquilo que é hoje a Turquia. Séculos antes de Cristo, Pérgamo foi uma capital independente do império. Seus templos impressionantes, biblioteca e recursos médicos fizeram de Pérgamo um renomado centro cultural e político. No tempo em que o Apocalipse estava sendo escrito, Pérgamo tornou-se parte do império Romano, mas por causa da localização e importância, os Romanos usaram-na como centro administrativo da província da Ásia.
O teatro de Pérgamo foi entalhado numa encosta escarpada da acrópole, acima do vale. Tinha 80 fileiras de assentos e podia acomodar 10.000 pessoas para apresentações e concursos musicais.
O santuário do Esculápio era um renomado centro médico. No início do quarto século a.C., pessoas vinham para Pérgamo procurando cura. As colunas da foto são parte da antiga estrutura do santuário. O santuário era mantido por um grupo de sacerdotes, junto com atendentes do templo, músicos e outras pessoas. No final do primeiro século, relatos de curas milagrosos aumentaram o número de pessoas que vinham a Pérgamo procurar cura. Décadas antes de o Apocalipse ser escrito, o santuário foi dramaticamente expandido para incluir colunas, um pequeno teatro e mais salas de tratamentos de pacientes. No segundo século, o médico Galen começou sua prática cuidando de gladiadores em Pérgamo. Mais tarde ele se mudou para Roma e tornou-se o médico da corte do imperador Marco Aurélio.
Um santuário para o deus da cura Esculápio era localizado no subúrbio de Pérgamo, próximo a uma rua sagrada. Esse caminho sagrado vai da cidade ao santuário




Uma rua pavimentada cortava a parte de baixo da acrópole e passava através de um Ágora ou lugar do mercado. Adiante nesta rua estava um complexo ginásio que tinha um largo pátio que poderia ser usado para exercícios incluindo salto, luta e levantamento de peso. O ginásio era contornado por calçadas e tinha prédios de banho nas proximidades.
O altar de Zeus era uma das mais impressivas estruturas da acrópole de Pérgamo. As escadas do altar, colunas e lados esculpidos tinham a 12 metros de altura. Hoje, somente os degraus ao redor da base do altar podem ser vistos. Os lados do altar eram ornamentados com painéis de mármore que representavam uma batalha mítica entre os deuses gregos e gigantes rebeldes, que eram filhos da mãe terra. O altar foi construído muitos anos antes de Cristo para comemorar vitórias do exército de Pérgamo.




Um templo para Dionísio ficava de um lado do monte, em frente ao teatro. O lugar do santuário mostra uma grande associação de Dionísio com a encenação e celebrações públicas.
Pérgamo tinha uma das mais famosas bibliotecas do mundo. Segunda em tamanho perdia apenas para a biblioteca de Alexandria. É dito que tinha 200.000 volumes. O tamanho e qualidade da coleção foram melhorados pelo uso do pergaminho, um material de couro utilizado para a escrita que foi desenvolvido em Pérgamo. Ao lado da biblioteca estava o santuário de Atena, a divindade associada à sabedoria. O santuário de Atena incluía o prédio do templo e uma grande área sagrada que era contornada por colunas.
Reis de Pérgamo construíram seus palácios perto do topo da acrópole. A medida em que os Romanos expandiam seu poder no segundo século a.C., os planos de permanecer independente acabaram. O último rei de Pérgamo deu a cidade e seu reinado aos Romanos em 133 a.C. Depois disso os Romanos fizeram de Pérgamo um importante centro administrativo para a província da Ásia.
A parte principal em Pérgamo é sua acrópole, o monte no qual a maioria da cidade estava construída. A acrópole se eleva acima da planície logo abaixo, proporcionando uma visão espetacular da região subjacente. Séculos antes de Cristo, reis de Pérgamo construíram palácios e templos no topo da acrópole.



domingo, 26 de julho de 2020

Apocalipse - Esmirna





Esmirna - Significa "mirra", talvez por suas terras produzirem essa planta em abundância. Cidade marítima, muito antiga e rica. Pertencia à Lídia. Limitava-se ao sul com Éfeso, distante 50 km; ao norte com Pérgamo; a oriente com Tiatira e Sardes, e a ocidente com o mar Egeu. Plantada ao pé do monte Pagos, sua topografia encantadora conferiu-lhe o título de "O adorno da Ásia". Uma parte da cidade estava no vale do rio Hermos. Seu porto maravilhoso atraía grande número de navios que conferiam vida e dinheiro à cidade.
Seus primitivos habitantes eram eólios, depois jónicos. Chegou a ser destruída em 580 a.C. por Alyattes, rei da Lídia, mas foi restaurada pelos sucessores de Alexandre Magno.
Cibeles era a deusa principal. Em 195 a.C, Esmirna dedicou um templo à deusa Roma e em 26 d.C. obteve permissão para dedicar um templo a Tibério, à Lívia e ao Senado. Um terremoto a destruiu em 178 d.C. Hoje seu nome é Izmir, pertencente à Turquia. Antes da Primeira Guerra Mundial os gregos tinham grandes indústrias em Esmirna. Após a guerra, o governo turco expulsou os gregos. A indústria foi golpeada. Hoje é uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes. A indústria e os produtos manufaturados, sendo o figo seco o principal, são sua principal atividade econômica.
A cidade era terrivelmente pagã. O evangelho, entretanto, progrediu. A igreja parece-nos não ser tão grande, mas viva e poderosa. Jesus dirigiu uma carta a essa igreja (Ap 2.8-11). Na época da carta, a igreja enfrentava grande tribulação. Materialmente pobre, mas rica dos céus. Judeus blasfemaram o Bom Nome. Jesus chamou a sinagoga desses judeus de "sinagoga de Satanás". O Senhor advertiu ainda que a igreja passaria por grande tribulação. Seria uma prova que duraria "dez dias". A igreja deveria ser fiel ainda que lhe fosse necessário morrer. Segundo a tradição, Policarpo, o pastor da igreja, foi martirizado em Esmirna, em 169 d.C.
Esmirna era freqüentemente chamada a cidade mais bela da Ásia Menor. Ruas pavimentadas com belo design cortavam o centro de negócios. Grandes séries de colunas criavam o senso de grandeza e graciosidade. O Ágora ou mercado público, que estava localizado próximo ao porto, era o centro do comércio e vida social. Produtos eram trazidos para dentro de Esmirna pelo mar e do interior para serem vendidos ali. Durante o festival de Dionísio, o Ágora era usado para procissões em honra dos deuses.




O vasto porto ao longo de Esmirna era o ancoradouro para navios que viajavam no mar Egeu. No coração da cidade também havia um grande porto ou Marina que poderia ser fechado com uma corrente. Os navios podiam transferir suas cargas do litoral para o Ágora ou mercado, que era o centro comercial da cidade. Esmirna era conhecida por seu vinho, roupas, perfumes e artefatos de ouro.




A entrada da cidade, que era chamada de Prytaneion, em grego, era o centro administrativo de Éfeso. Como muitas cidades greco-romanas, Éfeso encarregava à maioria das questões civis a um conselho de líderes cidadãos. Um pequeno grupo desses cidadãos mantinha o funcionamento diário da cidade. O escritório desses administradores estava localizado na área da foto acima. Um templo a Júlio César e às divindades romanas era parte desse complexo.




Um templo para imperadores de Roma fica próximo ao centro da cidade. Dedicado em 89-90 D.C. durante o reino de Domiciano, o templo era uma honra aos imperadores da família de Flávio: Vespasiano, Titus, Domiciano e, provavelmente, a esposa deste. Uma carreira de colunas estava em cada lado do templo e um altar ficava na frente. Estatuas de deidades tradicionais adornavam a estrutura. Dentro estava uma colossal estatua de um imperador, provavelmente Domiciano. Domiciano foi publicamente condenado após sua morte em 96 A.D. por tentativas brutais de repressão a seus oponentes. Nunca mais, o templo de Éfeso foi usado para promover o culto de outro imperador e sua família.