sexta-feira, 17 de abril de 2009

Percepções


A atenção, a observação, a auto-observação levam-nos a perceber que tudo o que ocorre no universo é natural. Ao olharmos para o mundo com a mente e com o coração, usando a experiência direta e a intuição, vendo a realidade além da razão e da lógica não estamos sendo irracionais como afirmam alguns autores. O que afirmamos é que a razão tem o mesmo nível de importância do sentir, o que no mínimo, é coerente com as leis da vida. Tudo é natural. A visão dual nos priva da capacidade de vivermos a verdadeira vida. Ela vê e identifica as partes individualmente, como se elas fossem entidades próprias, autônomas e existissem por si mesmas. A visão dual é instintiva e identifica o universo em que vivemos. Amigo e inimigo,comestível e não comestível, perigoso e não perigoso, dia e noite, quente e frio, prazeroso e desprazeroso, belo e feio, certo e errado, bom e mau,positivo e negativo, masculino e feminino, matéria e espírito, Deus e o Diabo etc. são formas de dividir, de separar. Identificamos o mundo que nos cerca pelos seus opostos. A percepção de que o universo, o todo é a união dos opostos somente vai acontecer quando tomamos consciência de que as partes são faces da mesma moeda, são dois aspectos da mesma realidade. Mas para compreendermos que tudo é dual; tudo tem dois pólos; tudo tem seu par de opostos; os antagônicos e os semelhantes são a mesma coisa; os opostos são idênticos em sua natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam;todas as verdades são semiverdades e todos os paradoxos podem reconciliar-se" precisamos da experiência. Precisamos viver com toda intensidade cada parte isoladamente para compreendermos o todo. Devemos mergulhar profundamente no mundo das paixões para conhecermos o mundo do amor e da liberdade. Para sermos livres precisamos ter sido escravos. Como pode alguém saber o que é liberdade se nunca esteve preso? A experiência da vida nos cobre de profundas cicatrizes que são marcas indeléveis de que aprendemos, de que tomamos consciência do que é viver. Então podemos afirmar: não tenho medo da morte porque eu "vivi". E continuo "vivendo".Afinal a morte também precisa ser "vivida".

Um comentário: