sábado, 22 de dezembro de 2012

Destruição libertadora


É bem óbvia a necessidade de uma revolução radical. A crise mundial a exige. Nossas vidas a exigem. Nossos incidentes, desejos, atividades, anseios de cada dia, a exigem. Nossos problemas a exigem. Faz-se necessária uma revolução fundamental, radical, porque tudo ruiu ao redor de nós. Embora, aparentemente, exista ordem, observa-se um lento declínio, uma lenta decomposição. A onda de destruição está superando constantemente a onda da vida. 
É necessária, pois, uma revolução, mas não a revolução baseada em idéia. Em vista da catástrofe que estamos presenciando - a constante repetição das guerras, o incessante conflito entre classes, entre pessoas, a horrível desigualdade econômica e social, de capacidades e talentos, o abismo que se abre entre os que são muito felizes, livres de perturbações, e os que se debatem nas malhas do ódio, do conflito e do sofrimento - em vista de tudo isso, há necessidade de uma revolução, de uma transformação completa.
A transformação não está no futuro, não pode estar no futuro. Ela só pode ser agora, momento a momento. Assim sendo, que entendemos por transformação? Ora, é muito simples: é ver o falso como falso, e o verdadeiro como verdadeiro. Ver a verdade no falso, e ver o falso naquilo que foi aceito como verdade. Quando se vê que uma coisa é falsa, essa coisa falsa se extingue. Quando se vê que a distinção de classes é falsa, gera conflitos, cria miséria, divisão entre os homens, se se percebe a verdade a esse respeito, essa própria verdade liberta. O próprio percebimento dessa verdade é transformação. 
E nós necessitamos deveras de uma mudança completa, de uma tremenda revolução. Necessitamos não de uma mudança de idéias, de padrões, mas, sim, da demolição, da destruição total de todos os padrões. E a mudança é necessária, pois não podeis continuar a viver com essas atitudes, crenças e dogmas tão insignificantes, estreitos, limitados. 
Tudo isso precisa ser destroçado, destruído. 

( Krishnamurti )
- Krishnamurti prega a saida consciente da sociedade promiscua e decadente, através de pequenas comunidades.



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