Como o medo – do amanhã, de perder o emprego, da morte, da doença, da dor – é gerado? O medo envolve um processo de pensamentos sobre o futuro, ou sobre o passado. Tenho medo do amanhã, do que pode acontecer. Tenho medo da morte que ainda está longe, mas mesmo assim me amedronta. Bem, o que é que gera esse medo? O medo sempre existe em relação a alguma coisa. Se não fosse assim, não haveria medo. Temos medo do amanhã, do que passou e do que está por vir. O que cria o medo? Não é o pensamento?
O pensamento é a origem do medo:
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Então, alguém pergunta: “É possível deixar de pensar no prazer e na dor, é possível pensar apenas quando o pensamento é requisitado, nunca de outro modo?” Quando você está trabalhando em um escritório ou fazendo qualquer outro trabalho, o pensamento é necessário; do contrário, nada poderia ser feito. Quando você fala, escreve, vai para o trabalho, o pensamento é necessário. Mas o pensamento é necessário em qualquer outro campo de ação?
Por favor, preste atenção. Para nós, o pensamento é muito importante, pois é o único instrumento que temos. O pensamento é a reação da memória, que se acumulou através de experiência, conhecimento, tradição. A memória é o resultado do tempo, foi herdada do animal. E é com essa formação que reagimos. Essa reação é pensar. O pensamento é essencial em certos níveis , mas quando se projeta psicologicamente como futuro e passado, cria o medo, assim como o prazer. Nesse processo a mente fica entorpecida e, desse modo, a inação é inevitável. Senhor, o medo, com já dissemos, é criado pelo pensamento. Pensamos na possibilidade de perder o emprego, de a esposa fugir com alguém, pensamos na morte, pensamos que já passou e assim por diante. Pode o pensamento parar de pensar no passado ou no futuro, psicologicamente, autodefensivamente?
Atenção sem um centro:
Alguém pergunta: “ É possível o pensamento acabar de modo que se possa viver plenamente?” Você já notou que quando dá atenção completamente a alguma coisa não há nenhum observador e, portanto, nenhum pensador, não há um centro onde você se coloca para observar?
A atenção elimina o medo:
Quando você presta essa atenção, não há absolutamente nenhum observador. E é o observador que gera medo, porque é o centro do pensamento, é o “mim”, o “eu”, o ego. O observador é o censor. Quando não há pensamento, não há observador. Esse estado não é inerte. Exige muita investigação, nunca aceita coisa alguma.
( Krishnamurti )
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