quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

o Homem Absoluto

A morte pode representar, vistas assim as coisas, uma oportunidade excelente para o Homem da Tradição finalizar o que não pôde ser finalizado em vida. É neste sentido que Julius Evola comentava que "a libertação consiste em atingir um estado de unidade com a suprema realidade metafísica. Aquele que, ainda que aspirando a tal, não foi capaz de realizá-lo em vida de homem, tem a possibilidade de o fazer no momento da sua morte ou nos estados que imediatamente se lhe seguem".
A tomada de consciência da efemeridade da vida e da insignificância que esta representa no que respeita a uma série de forças sutis (numens) e no que respeita ao Princípio Superior e Eterno que se "ligou" a ela também deve ajudar a convencer o homem diferenciado que este não pode considerar trágica a extinção de algo tão passageiro e caduco. Bem nos explicava Evola esta realidade dizendo-nos que "o estado humano de existência é apenas uma fase de um ritmo que vem desde o infinito e prossegue em direção ao infinito. Assim, a morte não tem nada de trágico: é uma simples alteração de estado, uma das muitas pelas quais um princípio essencialmente suprapessoal passa" (note-se que o mestre italiano está a fazer referência à doutrina dos "estados múltiplos do Ser" tão excelentemente exposta por René Guénon).
O homem diferenciado que tenha decidido percorrer o caminho que o pode transformar em autêntico Homem da Tradição (em Homem Absoluto) deverá ter presente que são de dois tipos diferentes (quanto a sua natureza) os medos com os quais pode ter de se enfrentar e que, nesse caso, terá de dominar: os propriamente humanos (psíquicos) do homem comum e os de tipo metafísico com os quais se pode deparar no seu percurso Iniciático ou após a morte. Medos diferentes para os quais Evola adverte neste par de citações esclarecedoras: "A destruição do medo é um princípio da ascese a seguir não só no plano humano mas também no do mundo superior" e "Seja frente às forças inferiores ou às forças 'divinas', o homem asceticamente integrado e imperturbável não cede a movimentos irracionais da alma: desespero ou terror". 

( Eduard Alcantara )





aplicar o desenvolvimento do Eterno - o Atman - que o ser humano possui no seu interior 

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