quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Observador


Inicialmente, quero esclarecer que Liberdade e Amor são palavras que tem um significado próprio para mim.
Amor e Liberdade são "estados de espírito" que estão além do mundo dual.
O Amor está além do egoísmo, do altruísmo ou da paixão. Amor é o sentimento de doação incondicional.
Liberdade é o sentimento de desapego. Ser livre é ser puro, natural e inocente. Na Liberdade não há escolhas porque ela está na percepção do Todo.
Existem "camadas" na nossa existência: "físico","mental" e "consciencia".
A camada do mundo físico é objetiva; os sentidos transmitem tudo o que está em sua volta - os olhos vêem, os ouvidos ouvem, as mãos tocam. O mundo objetivo é comum a todos.
A segunda camada, em seu interior, é a mente: Pensamentos, emoções e sentimentos. O corpo é conhecido pelos outros, a mente não. Os pensamentos são privados, não são comuns.
A camada externa cria a ciência, a camada dos pensamentos e sentimentos cria a filosofia e a poesia. Será que somos somente matéria e mente?
Observamos que na mente existe um fluxo de pensamentos. Essa mente cria o mundo do observador, aquele que observa os pensamentos e os objetos, com todo seu "fundo" ou conteúdo adquirido através de experiencias, vivencias, gostos pessoais, dissabores, alegrias, conceitos e tais...
Mas....será esse observador único ? Independente do que pensa ?
Ao olhar para uma casa com os olhos abertos ou fechados, o observador é o mesmo; se está olhando para a raiva ou o amor, se está triste ou alegre, se a vida se transformou em poesia ou pesadelo, isso não faz nenhuma diferença -aquele que olha permanece o mesmo com seu conteúdo interno.
Esse "centro", essa "testemunha" é a consciência que contém em si a raiva, o amor, desejo, suas imagens interiores.
Os pensamentos são um caos, e a luta para afastá-los somente cria mais pensamentos.
Saímos deste círculo vicioso, ao iniciarmos um processo de observação sem luta, sem esforço, um deixar fluir...
Então, de repente, o"eu" (a consciência) observa que é todo esse conteúdo. Os pensamentos são esse "eu" . Esta é a conscientização do que se é.
Seu segredo é: Atenção.
Quando perceber isso, ele não julga, avalia ou condena, utilizando-se de todo seu "fundo" : apenas percebe... Ele não é um juiz. Assim começa a ter a percepção do todo.
Atenção e auto-observação são o segredo da ampliação da consciência. Assim consegue-se ver além das aparências e identificar as causas e os efeitos que permeiam a realidade.
Esta experiência é possível nos momentos em que somos nós mesmos, assumimos o tal conteúdo de nosso "fundo"- aquele que cria diversos conflitos, exterior e interiormente.
Percebe-se, desse modo, a origem da violencia e da confusão. Começa, então, o término de tais conflitos.

Um comentário:

  1. "Ser livre é ser puro, natural e inocente."


    Ah, como Isto é vasto! #Gratitude, irmáo.

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