terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Místico do Ser


"a liberdade de espírito ao preço da mais sangrenta autovivissecção, assistindo e apressando o crepúsculo de todos os ídolos em cujos altares outrora imolara"
"desse isolamento doentio, do deserto desses anos de ensaio, o caminho ainda é longo até aquela descomunal segurança e saúde transbordante ... até aquela madura liberdade de espírito que é também autodomínio e disciplina do coração e permite os caminhos para muitos e opostos modos de pensar" .....
"Ele olha com gratidão para trás - grato a sua andança, a sua dureza e a seu estranhamento de si, a seu olhar a distância e a seu vôo de pássaro em frias altitudes. Que bom que ele não permaneceu, como alguém delicado, embotado, que fica em seu canto, sempre, "em casa", sempre "junto de si"! Ele estava fora de si: não há dúvida nenhuma. Somente vê a si mesmo - e que surpresas encontra nisso! Que arrepio nunca provado! ... ".
(Labirintos da Alma: Nietzsche e a auto-supressão da moral -Giacoia Júnior, Osvaldo)

3 comentários:

  1. ...da mais sangrenta vivissecção... Pois é, como disse, ô coisa difícil...rsrs

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  2. "que bom que ele não permaneceu, como alguém delicado", sem dúvida isso me toca profundamente. Nunca ninguém me disse que viver era fácil. Gosto das surpresas mesmo quando elas elas me assustam tanto que me quebram. Aí tenho o trabalho de reconstruir e sair de novo em busco de outra surpresa. Senão for assim, estarei morta.

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  3. "que bom que ele não permaneceu, como alguém delicado, embotado, que fica no seu canto,"...sem dúvida isso me toca profundamente. Nunca ninguém me disse que a vida era fácil mas sim, uma luta constante. As surpresas que causam arrepios podem ser insubstituíveis,podem quebrar, rebentar. Aí a gente junta os pedaços e continua, senão estamos mortos.

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