domingo, 6 de março de 2011

Volta para casa


Chovia. Nuvens negras cobriam o céu, dando uma aparência de noite para o meio dia. Fazia muito frio, e o vento forte aumentava ainda mais a sensação. Meu corpo tremia. Eu estava encharcado. O nível da água na rua estava aumentando. Eu precisava de ir urgentemente para casa. Mas não sabia qual caminho tomar. As ruas, os prédios, eram desconhecidos. Na verdade eu nem mesmo sabia se estava na minha cidade. Alguém me chamou:
-Ei venha comigo eu sei onde poderá encontrar um abrigo.
Corri com ele, debaixo daquela chuva, por várias quadras. A chuva continuava e o nível da água aumentava. Era uma enchente.
Continuava não reconhecendo nada, só sabia correr atrás daquele que dizia conhecer um abrigo.
Durante a corrida, trombei com outra pessoa, caimos no chão. Ele me perguntou:
-Ei para onde vai?
- Buscar um abrigo, estou seguindo aquele homem.
Ia apontar o homem mas não o vi mais.
O outro homem ainda no chão me disse:
- Não se preocupe, eu sei onde levá-lo.
Pegou no meu braço, nos levantamos e começamos a correr. Várias quadras depois, percebi que a chuva diminuia, o nível da água estava mais baixo e o homem a quem eu seguia, estava há poucos passos à frente. Quando ia agradecê-lo, subitamente ele caiu num grande buraco aberto pela força da água e desapareceu. O medo invadiu meu ser, mais uma vez eu estava sózinho e pior, a chuva havia aumentado novamente. Completamente sem rumo, voltei a correr, mas para todo lugar que eu ia a chuva e o nível da água aumentavam. Eu estava cansado. Exausto. Agora a água corria pela rua como se fosse um rio. Aguarrei-me num poste. Minhas mãos estavam frias e duras. Eu sabia que não ia resistir muito. A força da correnteza aumentava. Entendi que aquele era meu fim, não era mais possível resistir. Olhei para minhas mãos agarradas ao poste,
vagarosamente elas foram soltando-se e eu fui rolando pela correnteza. Minha casa, minha vida, nada mais existiria para mim em poucos segundos. Foi então que subitamente eu

ACORDEI !

Estava na minha casa confortavelmente deitado em minha cama. Tinha sido apenas um sonho. Na verdade um pesadelo. Eu já estava em casa, não havia perigo, não estava chovendo. Não precisava de ninguém para me mostrar um abrigo. Não precisava de ninguém para me salvar. Eu já estava salvo. Bastou acordar, para perceber que eu nunca havia estado longe de casa.
Basta Acordar.
Lembre-se disto durante os sonhos!!!



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