sábado, 1 de junho de 2013

Teseu e o Minotauro


Toda vida contém uma descida aos infernos. O labirinto é uma representação clássica do mundo infernal (o rei Minos era juiz dos infernos), mas também da matriz. Como sair do labirinto? Como retornar do país dos mortos? Como ressuscitar? Como renascer?
Como nascer?
Teseu, como todos os heróis, combate o monstro antes de unir-se à princesa. A princesa, ou Ariadne, é seu lado feminino, sua anima, sua parte emotiva e terna. Foi porque se uniu à sua parte feminina por um fio, porque se uniu consigo mesmo que Teseu pôde vencer seu medo (o Minotauro) e tornar-se livre (sair do labirinto). Ele está suficientemente seguro de sua identidade sexual para aceitar seu lado feminino.
É a energia da união consigo, do encontro consigo mesmo (o fio que une Ariadne a Teseu) que lhe permite tornar-se livre. Tornar-se livre, tornar-se uno e vencer o próprio medo são a mesma e única coisa . Ariadne, como todas as companheiras dos heróis, libera seu lado masculino, sua força e coragem.
O herói que libera a princesa aprisionada emancipa seu próprio lado feminino.
O dragão é sempre o medo, o medo de ser si mesmo... ou de deixar de sê-lo se nos liberarmos.
O argumento que se apodera de nosso ser e no qual nos aprisionamos:
eis o nosso dragão. Enfrentar o dragão é reencontrar a situação, exatamente a situação em que a armadilha se acomodou.
Retornar ao instante da queda, ao lugar onde perdemos a liberdade. A frase que nos condenou. A idade em que perdemos a visão. Devemos reencontrar esse instante de que queremos fugir com todas as nossas forças. E uma vez lá, será preciso reviver o nosso papel, mas, desta vez, saindo da armadilha por cima. Se o acontecimento original tiver provocado o medo ou o orgulho, devemos nos desprender com plenitude ou humildade. Sair com inocência se tiver sido a culpa a origem da situação.
Herói, princesa e dragão são a mesma e única pessoa.

( o Fogo Liberador )


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