terça-feira, 14 de julho de 2009

Carater e Liberdade


O ser humano começa a formar o ego a partir da concepção com as reações e adaptações ao seu meio. O José, o Antônio ou o Artêmio são egos ou personalidades agregadas à unidade de matéria e energia vital formada na concepção (personalidade = "persona" = máscara) que chamamos de corpo e alma(alma = psique). O nosso corpo e a nossa alma são heranças genéticas e sobre as quais, conseqüentemente, não tivemos arbítrio. Não fomos nós que escolhemos o sexo, formato e cor do corpo, capacidade intelectiva e temperamento. Afinal , nem o berço foi escolha nossa. A educação também não foi e não é escolha nossa, pois apenas reagimos ao nosso meio. Na verdade, só poderíamos não nos portarmos apenas como meros repetidores do meio e da educação quando criarmos juízo. O que é juízo? É a capacidade de discernir, escolher e julgar . Ter juízo é ter consciência, é ter a capacidade de avaliar todas as causas e conseqüências.

Quem é capaz de?

A nossa consciência sempre é parcial e por isso nossos julgamentos não são nem livres, nem justos, nem isentos. Sempre será o nosso universo pessoal que fará a escolha. Por isso deveríamos nos abster de fazer quaisquer julgamentos, enquanto incapazes de ultrapassar tal característica . O caráter é o esqueleto da alma. Nele estão impressas as características pessoais e o destino de cada um. O homem pela educação pode dar-lhe um "polimento" , mas a personalidade é a letra escrita do caráter. Por isso podemos afirmar que não há liberdade no homem, "querer é poder" , "pensamento positivo" e as afirmações de Kierkegaard..."o homem é o que ele escolhe ser"..."a pessoa decide se quer ou não ir adiante"..."a pessoa pode ou não decidir se dará um salto para um estágio mais elevado"... são ilusões. Na verdade, o homem não tem nenhuma cota de liberdade, pois sempre está condicionada ao seu caráter e ao seu nível de consciência. Há certo ditado árabe: "Se Alá predestinou alguém a morrer num determinado lugar, suscitará nele o desejo de viajar até lá". Tudo o que eu sou capaz de fazer e capaz de afirmar reflete o meu universo e não tem aplicação a outros "universos". Eu apenas posso dar o meu testemunho para que os outros "universos" possam perceber as possibilidades que existem. Apenas isso. Eu construo a minha verdade, assim como cada um constrói a sua.

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